terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pensamento Andarilho

As horas passam
As paisagens mudam
Se movimentam
Capitulam os elementos
E você... no meu pensamento

Recursivo
Impregnado
Abusivo
Inalterado

No vai-e-vem das cidades
No burburinho das ruas
No leva e traz das vias
Nos rostos tão anônimos
Eu busco teus homônimos...

Num gesto
Semelhança
Num olhar
Tua lembrança

Sigo as linhas incertas
Vislumbro as vitrines
Os arranha-céus e suas retas
O repassar de telas tão urbanas
Sem você... me sinto cigana

Meio perdida
Melodramática
Andarilha
Enigmática

No caminho sem rumo certo
Na tentativa de acertar o prumo
Da tortuosa e insistente realidade
De outras vidas...
Que por hora me tolhem a liberdade

Vou observando
Curiosa
Imaginando
Esperançosa

Tudo que passa em lampejos
Daquilo que vejo
É um motivo para detê-lo
Nas sinapses em tormentos
Indagação constante de teus movimentos

Teus gostos
Tuas combinações
Tuas preferências
Tuas emoções

Quero saber de tudo
De todas as esquinas de tua arquitetura
De todos os labirintos de tua rima
Facetas de tua moldura
Das amarras concretas de tua estrutura

Fraquezas
Durezas
Singelezas
e Condições

O dia praticamente se finda
E também o meu urbe desvario
Volto ao provinciano assentimento
Onde te trago e te encontro
Como um andarilho
... do meu pensamento.

(07-10-2008 - Este poema me concedeu um pequeno prêmio de poesia. Foi uma experiência gratificante e motivadora.)

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