Lá vão as lavadeiras
Faceiras, descendo a ladeira
Equilibrando não só a trouxa
Mas os encardumes da vida
Numa tagarelice frouxa
Que escorre ladeira abaixo
Escoando o peso da lida
Lá vão elas de novo
Gente simples, do povo
Para a beira da água
Para lavar e alvejar os panos
E talvez os dissabores humanos
Em meio a risos sem pudores
Enxaguando bem toda mágoa
Ah... estas lavadeiras
Que não temem a labuta
Prazenteiras, enfrentam a luta
E se põem a esfregar energéticas
Numa coreografia e dança frenéticas
Até que as manchas da alma
Cedam, e tudo esteja a quarar
E lá vão elas outra vez
Sem se importar com a ladeira
Subindo um degrau por vez
Como quem vai em procissão
Pois cumprida foi a missão
E lavaram não só a roupa
Mas limparam o coração
(cppp - 28/07/2015)
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