domingo, 5 de julho de 2015

Por Amor

Por Amor? 
Não o que eu faria, mas o que fiz. 
Deixei tudo para trás, me livrei de todas as amarras, até aquelas mais preciosas a que nos prendemos voluntariamente, como amigos chegados, o animal de estimação ou as sobrinhas, uma ainda não nascida, mas tão esperada... Não crescerão comigo, da vida delas eu realmente não participarei, não estarei por perto... Comigo, a vida real, não dividirão. 

Por Amor?
Aguentei cada despedida, cada reação desmedida de incompreensão, e por algum tempo uma vida monástica de bastante solidão. Arquei com o peso bruto da saudade que se instalava em medida dobrada, uma pelos sonhos que ainda seriam e, outra, pelos queridos que do meu convívio partiriam. Suportei o despedir-me de mim mesma e daquilo que para mim era tanto, como uma profissão de renome... calei até meu canto. 

Por Amor?
Fiz a mala, condensei ao máximo os tesouros da alma na memória e apenas uns poucos pertences nuns pacotes. Isto era tudo que poderia ser... E me joguei, sem olhar pra trás, me atirei mesmo para uma outra vida, num outro país, despindo-me de qualquer certeza. Parti todo o meu orgulho em pedaços tão pequenos, que ficaram reduzidos ao pó; e aceitei os títulos mais baixos, o não pertencer, a rejeição e o doloroso reconceber de mim mesma, apenas para viver um amor... e sem nenhuma garantia de ser feliz. 

Por Amor?
O que eu faria por Amor? Tudo! Tudo o que já fiz!

(cppp - 06/07/2015)

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