domingo, 9 de agosto de 2015

Chuva de Verão

Por vezes minha imaginação pueril
Corre solta na torrente do pensamento,
Levando-me num confabular infantil,
Sobre o céu que está a desabar lá fora.
E um fértil e maroto questionamento
Insiste quais as gotas da tal chuva:
Não se daria, por ventura, ao caso
De que a mãe-natureza, generosa,
Estaria apenas a derramar o vaso
De toda lágrima triste e chorosa,
Que ao céu acendemos qual prece
Quando nossa alma se desfalece?
E com a imaginação encharcada
De uma inocência já até esquecida,
Vou juntando as gotas, os elementos,
Compondo o argumento, convencida:
Nenhuma lágrima passa despercebida
E com o maior cuidado é recolhida,
Naquele imenso odre azul infinito.
Pela natureza, mãe, mas espirituosa,
Até encher, atingir, do céu, o limite;
Nos devolvendo em forma de benção,
Feito bendito, na chuva que cai copiosa.
Mas como disse, isto é puro devaneio,
Entretanto estou feliz com meu palpite,
De minha imaginação, simples, de criança
Gracejando, leve e solta, com a chuva,
Numa tarde preguiçosa de veraneio.

(cppp - 09/08/2015)

Nenhum comentário: