Tudo empacotado, fechado,
Em caixas de papelão
E a vida estagnada, sem rumo,
Pelo fechar da porta de sopetão.
A novidade de subto envelheceu.
Tudo que fora arquitetado,
De um futuro a muito acalentado,
Simplesmente pereceu.
As esperanças evadiram,
Pelo menos por agora saíram
Porta afora sem dizer adeus.
Alojou-se um tom soturno
E perguntas em cada turno,
Ecoando pelos aposentos vazios
Não só da casa, mas da idéia.
Difícil assimilar a mudança brusca
Ou recomeçar, reencontrar, a busca
Por quem viu o sonho ruir,
Restando uma caótica odisséia.
O tempo se tornou moribundo,
De repente se encolheu o mundo...
E a vontade se trancou, nalguma caixa.
Por hora nada faz sentido,
Rumo de quê, onde, porquê?
É tudo que restou no pacote...
Incertezas e um coração abatido.
E a vida... segue empacotada;
Macabunzia, fechada, calada...
Apenas a catar os cacos, da alma, do chão;
Sem querer, por agora, se abrir à razão.
(cppp - 08/08/2015)
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