sábado, 8 de agosto de 2015

Papelão da Vida

Tudo empacotado, fechado,
Em caixas de papelão
E a vida estagnada, sem rumo,
Pelo fechar da porta de sopetão.

A novidade de subto envelheceu.
Tudo que fora arquitetado,
De um futuro a muito acalentado,
Simplesmente pereceu.

As esperanças evadiram,
Pelo menos por agora saíram
Porta afora sem dizer adeus.

Alojou-se um tom soturno
E perguntas em cada turno,
Ecoando pelos aposentos vazios
Não só da casa, mas da idéia.

Difícil assimilar a mudança brusca
Ou recomeçar, reencontrar, a busca
Por quem viu o sonho ruir,
Restando uma caótica odisséia.

O tempo se tornou moribundo,
De repente se encolheu o mundo...
E a vontade se trancou, nalguma caixa.

Por hora nada faz sentido,
Rumo de quê, onde, porquê?
É tudo que restou no pacote...
Incertezas e um coração abatido.

E a vida... segue empacotada;
Macabunzia, fechada, calada...
Apenas a catar os cacos, da alma, do chão;
Sem querer, por agora, se abrir à razão.

(cppp - 08/08/2015)

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