quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Leito de Morte

É preciso morrer
Para se receber flores
em abundância
Para se descobrir amigos
de relevância
Para se ouvir a verdade
sem condição
Para se encarar as mentiras
em confissão.

É preciso morrer
para se dar conta da vida
tão inútil
Ou do desperdício do tempo
tão fútil;
Para que se gaste com você
em morte
O que em vida seria ganho
só na sorte.

É preciso morrer
Para que ninguém reclame
de seus caprichos
Ou ponha tuas sugestões
num lixo;
Para se ter atenção
por inteiro
E não um olhar conveniente
e traiçoeiro.

É preciso morrer
Para que as promessas
sejam cumpridas
E não meramente relevadas
ou esquecidas;
Para se ter um desejo
de pronto atendido
Ainda que este seja caro,
ousado ou atrevido.

É preciso morrer
Para se fazer o que quer
sem medo
Sem o receio de incorrer
no engano ledo
Para ser exaltado por qualidades
e virtudes
Mais do que lembrado pelas falhas
e vissicitudes.

É preciso morrer
Para que teu conselho
vire memória
E tuas sandices
fiquem na história!

(16-06-2009)

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