Meus sonhos que ora
Parecem boicotados
Quase corroboram
Por um instante cético
Com a vã tradição
De que eu, talvez...
Pague por meus pecados!
Será que já não chega?
De assumir todas as consequências
De decisões funestas
De um constante adiar dos sonhos
Qual penitência
Do martírio do rememorar
Os erros e suas arestas?
As inquietudes que me consomem
Aprisionam meu lirismo.
Fazem-no refém de um certo cinismo,
De um desdêm autoflagelante.
Atiram-me por vezes no enrregelante
e abissau vácuo do silêncio.
Como um redemoinho de ventos,
Ocos, tolos pensamentos, me assaltam,
Num ciclo vicioso e me encerram,
Longe de qualquer acolhimento.
Banida por um segundo eterno
Para os desvarios de minha autocrítica e
o remoer do atual ressentimento.
Minha psique reclama
Das dicotomias nulas de sintonia
De todas estas mudanças
e recomeços... e lembranças.
Meu espírito por algum instante
Desta realidade inquietante
Se ressente e se cala. Emudece!
Mergulhada nos problemas,
No auto-caos instalado
Das vaidades desconexas,
Da realidade sem futuro,
Nos fios soltos de esperança...
Numa total dessemelhança
Com o sonhar de um futuro
Que hora parece mais lembrança
Miragem, figura de linguagem
Ou qualquer insustentável verossimilhança
De um amanhã inexistente.
Deste perpetuar do agora tão probante, insistente.
Neste estado de coisas,
Das sinapses tão carregadas, sombrias...
Mas que se retorcem vazias.
Que pintam de cinza, De escuros, de graves...
Que me atiram sem dó,
A um espaço, solitário, monástico, tão só...
Sinto-me por vezes quase sem forças
Sem qualquer ânimo.
Cansada de me debater....
Sei que não luto só,
São apenas pequenos instantes
De raros momenos de desesperança.
Para lembrar-me de minhas fraquezas,
Me arremeter de minhas autosuficiências
Para uns minutos de inexistência,
De minhas quimeras,
e suas conciências.
(01-12-2008)
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