Uma árvore, Um banquinho,
Desconfortável, É verdade.
Mas o conforto, o que é...
Quando o sentimento nos invade...
Um cenário vesperal
Num espaço atemporal.
Sob os galho acolhedores,
Duma paisagem bucólica.
Estavamo nós de amores,
Em efusão metabólica.
Verde e Céu também pressentiam
E em harmonia se uniam
À suavidade, ao encanto
De olhares e descobertas.
Das idéias e esperanças
Que se agregam mais que certas.
Tudo conspira sutilmente
E inspira fatalmente.
Para o esperado desfecho
De natural consecução.
O tão sonhado, almejado beijo
O selo cálido de nossa paixão.
Perdidos um no outro
Encontramos nosso lastro:
No toque gentil das mãos entrelaçadas
No aliciar das palmas,
No afago suave dos rostos
Que acarinham duas almas.
Os sentidos em sua alquimia,
Embevecidos desta dicotomia,
Cedem unânimes, sem refutar
E os lábios se tocam, tímidos
Se assumem e se surpreendem
De apetites brutos e vívidos
De nossa psique efervecente,
Deste toque eferente.
E nossas bocas sofregas,
Cúmplices, se entregam
E Murmúrios em sustenido,
Num refrão segredam.
O eloquente silêncio
Qual entorpecente artifício,
Nos mantém assim absortos
E pelo outro ávidos do sabor
Da orgia de nossas línguas,
De toda textura, do doce olor.
E no dilatar da hora
O perpetuar do agora.
As grandezas conjuram,
Avultam-se os sentidos.
O coração transborda
Os desejos incontidos.
Submersos nas sensações
De nossos universos em suas revelações,
Nos deixamos transportar
À este mundo onírico,
E ficamos por lá, atendendo
Aos apelos de nosso eu lírico.
Nossas bocas se presenteiam
E as línguas, soltas, o néctar anseiam.
E como cores opostas
Que se misturam justapostas,
Nossas almas enredadas
E nestas carícias algemadas,
Fazem amor...
Num primeiro Beijo.
(08-11-2008)
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